Maturidade BIM das Instituições de Ensino Superior (IES) do Estado do Ceará

Autores

Palavras-chave:

Maturidade BIM, IES, Ensino, BIM

Resumo

O presente resumo tem como objetivo (i) apresentar um modelo teórico de matriz de maturidade BIM para as Instituições de Ensino Superior (IES); (ii) realização da mensuração da maturidade BIM as IES do estado do Ceará. A partir de uma ampla revisão da literatura, acerca dos modelos de maturidade BIM, consta-se a ausência de mecanismos para mensuração da maturidade BIM nas IES, uma vez que os modelos existentes se destinam às organizações. Neste sentido, desenvolveu-se a Matriz de Maturidade BIM para IES (m²BIM-IES). A m²BIM-IES está estruturada em cinco níveis de maturidade: (i) Pré-BIM; (ii) Inicial; (iii) Definido; (iv) Integrado; (v) Otimizado (SUCCAR, 2010), através de uma escala progressiva, em que, Pré-BIM é a inexistência do BIM, e, o Otimizado é compreendido como a melhoria contínua, através da maturidade. Foram avaliados dezesseis critérios, inspirados em (NIBS 2007), IU (2009), Bew, Richards (2008), bimSCORE (2013), CIFE (2013), CIC (2013), Succar (2010), Checcucci (2014), Sacks, Pikas (2013), Sabongi (2009), Ruschel, Andrade, Morais (2013), Machado, Ruschel e Scheer (2017) e Checcucci (2019). Eles estão divididos em três campos BIM (SUCCAR, 2009; SUCCAR 2010), Tecnologia, Política e Desempenho. O Campo da Tecnologia, compreende toda a infraestrutura tecnológica e física para o desenvolvimento do ensino BIM. O Campo Política, compreende todas as iniciativas, ações e visões institucionais acerca do BIM. O Campo Desempenho compreende o desempenho do ensino, pesquisa e extensão em BIM. Para a definição das IES englobadas na pesquisa, adotou-se como critério, o registro junto ao Ministério da Educação (MEC), através do portal e-mec. O trabalho limita-se aos cursos de Arquitetura e Urbanismo e Engenharia Civil do estado do Ceará. Desenvolveu-se um instrumento de pesquisa, tipo questionário estruturado, com questões relacionadas aos critérios da m²BIM-IES. Os questionários foram destinados aos Coordenadores do Curso, como forma de obter uma resposta institucional. Ao total, foram abrangidos 26 cursos de graduação em Arquitetura e Urbanismo e Engenharia Civil, públicas e privadas, de todo estado do Ceará. Da amostra total, 39% dos cursos encontram-se em nível Pré-BIM, com inexistência de maturidade BIM, 35% em nível Inicial, com baixa maturidade e 26% dos cursos apresentam nível Definido, com média maturidade. Ao ser indagadas sobre a ciência do Decreto Federal 9.337/2018, 46% dos cursos informaram não terem ciência do decreto. Este número representativo nos apresenta um sinal de alerta sobre a aderência das ações estratégicas e objetivos específicos descritos no decreto, uma vez que faltando 2 anos para a vigência, ainda há IES que não possuem conhecimento acerca do conteúdo. Esta lacuna de desinformação deve-se também, Governo Federal e seus agentes de articulação e disseminação do decreto. O principal contato do BIM com os discentes é através de palestras, com 79% de representações, contra apenas 19% de cursos que afirmaram adotarem o BIM nas disciplinas. Dentre as diversas barreiras para adoção, destacam-se a falta de capacitação do corpo docente (64%), visão de que o BIM não é prioridade no currículo (45%), falta de incentivo de alta direção da instituição (36%). Em um segundo plano, há a resistência a novas metodologias e inovações tecnológicas (9%), e investimento inicial (9%). Podemos perceber que o diagnóstico das barreiras acerca da adoção do BIM nas IES vá ao encontro das barreiras apontadas na literatura (RUSCHEL, ANDRADE, MORAIS, 2013; CHECCUCCI, 2014; SACKS; PIKAS, 2013; SABONGI, 2000). Como contribuição, a pesquisa aponta um modelo de mensuração BIM para as IES, que serve para autoavaliação, e traçou um diagnóstico do status do BIM, oportunizando um correto e atual mapeamento das IES, apontando os pontos críticos e avançados, permitindo uma análise mais profunda e gerando um marco para comparações em futuros estudos de mensuração.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

BEW, M.; RICHARDS, M. Bew-Richards BIM Maturity Model. 2008.

BIMSCORE. bimSCORE. 2009. Disponível em: www.bimscore.com;index.php/welcome. Acesso em: mar./2019.

CIC. BIM: Project execution planning guide (version 2.1). Penn State University, 134p., 2011.

CHECCUCCI, E. Ensino-Aprendizagem de BIM nos Cursos de Graduação em Engenharia Civil e o Papel da Expressão Gráfica Neste Contexto. Salvador, 2014. 235 f. Tese (Doutorado Multi-institucional e Multidisciplinar em Difusão do Conhecimento) – Faculdade de Educação da Universidade Federal da Bahia, Salvador, 2014.

CHECCUCCI, Érica de Sousa. Teses e dissertações brasileiras sobre BIM: uma análise do período de 2013 a 2018. PARC Pesquisa em Arquitetura e Construção, Campinas, SP, v. 10, p. e019008, fev. 2019.

IU - INDIAN UNIVERSITY. Indiana University BIM Standard. 2009.

MACHADO, F. A.; RUSCHEL, R. C.; SCHEER, S. Análise da produção científica brasileira sobre a Modelagem da Informação da Construção. Ambiente Construído, Porto Alegre, v. 17, n. 4, p. 359-384, out./dez. 2017. ISSN 1678-8621 Associação Nacional de Tecnologia do Ambiente Construído.

NIBS, 2007a. National Institute for Building Sciences (NIBS). Facility Information Council (FIC) – BIM Capability Maturity Model. 2007.

RUSCHEL, R.C. ANDRADE M. L., MORAIS, M. O ensino de BIM no Brasil: onde estamos? Ambiente Construído, Porto Alegre, v. 13, n. 2, p. 151-165, abr./jun. 2013. ISSN1678-8621 © 2005, Associação Nacional de Tecnologia do Ambiente Construído.

SABONGI, F. The Integration of BIM in the Undergraduate Curriculum: an analysis of undergraduate courses. In: Annual Conference of Asc, Associated School of Construction, 45. Florida, 2009. Proceedings. Florida: Gainsville, 2009.

SACKS, R.; PIKAS, E. Building Information Modeling Education for Construction Engineering and Management: I, industry requirements state of the art, and gap analisys. Journal of Construction Engineering and Management, v. 139, n. 11, nov. 2013.

SUCCAR, Bilal. Building information modelling framework: A research and delivery foundation for industry stakeholders. Automation in Construction, 18, 357-75pp, 2009.

SUCCAR, Bilal. Building information modelling maturity matrix. In: Handbook of research on building information modeling and construction informatics: Concepts and technologies. IGI Global. p. 65-103. 2010.

Downloads

Publicado

2019-11-21

Como Citar

BÖES, Jeferson Spiering; LIMA, Mariana Monteiro Xavier de; BARROS NETO, José de Paula. Maturidade BIM das Instituições de Ensino Superior (IES) do Estado do Ceará. In: ENCONTRO NACIONAL SOBRE O ENSINO DE BIM, 2., 2019. Anais [...]. Porto Alegre: ANTAC, 2019. p. 1–1. Disponível em: https://eventos.antac.org.br/index.php/enebim/article/view/258. Acesso em: 21 nov. 2024.

Edição

Seção

Planejamento de execução BIM educacional (disciplina ou curso)

Artigos mais lidos pelo mesmo(s) autor(es)

Artigos Semelhantes

<< < 20 21 22 23 24 25 26 27 > >> 

Você também pode iniciar uma pesquisa avançada por similaridade para este artigo.