A abordagem remota da disciplina de modelagem da informação e da construção:: a biossegurança em foco

Autores

DOI:

https://doi.org/10.46421/enebim.v3i00.670

Palavras-chave:

Ensino, BIM, Modelagem

Resumo

No contexto do ensino de BIM na Universidade Federal do Ceará, uma das principais iniciativas é a disciplina optativa de Modelagem da Informação e da Construção – MIC, ofertada pelo Departamento de Integração Acadêmica e Tecnológica pela primeira vez em 2017, foi a primeira disciplina do curso de engenharia civil completamente focada no ensino de BIM na UFC. A disciplina associa conhecimentos teóricos à prática, ao passo que abrange o processo BIM no ciclo de vida da edificação, utilizando práticas de metodologia ativa de ensino aprendizagem que, segundo Borges e Alencar (2014), permitem ao discente uma participação autônoma ao longo do processo de desenvolvimento educacional, estimulando sua capacidade de absorver os conteúdos ministrados, visto que diante dessa conduta os estudante são estimulados a realizarem tomadas de decisões individuais e coletivas, o que favorece o desenvolvimento do senso crítico. Dentre os objetivos presentes na ementa da disciplina tem-se como objetivo geral propiciar ao aluno conhecimentos básicos, capazes de torná-los aptos a conceber, planejar e executar projetos de forma colaborativa, integrando os conhecimentos fundamentais para cursos de engenharia na modelagem, parametrização, gestão e análise de dados em ambiente BIM.  Com o interrompimento das aulas presenciais devido a pandemia de Covid-19, a disciplina renovou sua abordagem, sendo ofertada de maneira totalmente remota e abrangendo o tema da biossegurança em edificações concomitantemente ao ensino de BIM. Para Moreira et al. (2020), mais do que a transferência de práticas presenciais urge criar modelos de aprendizagem virtuais que incorporem processos de desconstrução e que promovam ambientes de aprendizagem colaborativos e construtivistas nas plataformas escolhidas. Dessa forma, o objetivo deste trabalho é apresentar o relato de experiência acerca do método utilizado para o desenvolvimento da disciplina de MIC no semestre 2020.1, que abordou o ensino de BIM com estudos para viabilização do uso de estruturas acadêmicas durante o período de calamidade na saúde pública. Desde seu surgimento, MIC tinha como principal propósito que os alunos elaborassem o projeto de um determinado empreendimento desde a concepção, percorrendo certas etapas do ciclo de vida da edificação de forma colaborativa, em equipes reunidas semanalmente no Laboratório de Modelagem da Informação (LMI)  do Centro de Tecnologia da universidade com o apoio do projeto Escritório de Projetos Integrados de Engenharia - EPE, um projeto de extensão que tem como objetivo fomentar o uso do BIM no meio acadêmico e tecnológico. No período de março de 2020, as aulas presenciais na UFC foram interrompidas devido à Covid-19 e tiveram que ser emergencialmente adaptadas para o formato remoto. Com isso, a disciplina recebeu uma nova abordagem: os alunos utilizaram um dos blocos da universidade como base para estudos de biossegurança, de forma que, o projeto original passaria por alterações estruturais e até mesmo, de materiais para atender a critérios de biossegurança, pensando-se na gestão e operação da edificação. Para Cohen (2020) estratégias de biossegurança estão relacionadas com o momento do planejamento, e do projeto, levantamento das condições de segurança relativas à escolha da localização da edificação, dimensionamento físico do ambiente construído e aos critérios de sua organização espacial e funcional. Dessa forma, cada equipe faria as alterações necessárias tanto na estrutura, como nos materiais utilizados na edificação, e a partir disso o processo BIM seria executado no novo projeto do bloco. Dentre as questões de biossegurança discutidas cabe ressaltar a adequação da arquitetura para que fosse possível manter o devido distanciamento nas salas de aula e corredores, a devida iluminação e ventilação das salas de aula, presença de sinalizações para orientar a caminhabilidade dentro da edificação. Além disso, pensou-se na logística das aulas levando em consideração que as salas de aula só poderiam ter 30% de sua capacidade. Uma vez que o foco da disciplina é percorrer o ciclo de vida da edificação foram modelados projetos arquitetônicos, estrutural, elétrico e hidrossanitário para compatibilização. Além disso, os alunos deveriam realizar orçamento das alterações realizadas devido à biossegurança e o planejamento das mesmas considerando todas as etapas da reforma. Para a retirada de quantitativos utilizou-se do software Revit no qual foi informado quais materiais seriam novos e em seguida exportado para o Excel, onde foi feito a precificação dos materiais utilizando-se das tabelas da SEINFRA e SINAPI. Já para a etapa de planejamento, utilizou-se de ferramentas como o Excel e o MS Project.  As aulas passaram a ocorrer através da plataforma Google Meet, bem como as reuniões entre as equipes para desenvolvimento e compatibilização dos projetos, que contaram também com auxílio de ferramentas de controle remoto como o Anydesk. No que tange ao papel do projeto de extensão Escritório de Projetos Integrados de Engenharia, durante o período remoto o suporte se deu por meio do apoio ao uso das ferramentas aos alunos que nunca haviam tido contato com as mesmas, bem como com o fornecimento de templates e famílias necessárias ao desenvolvimento do projeto. Ao final da disciplina, os projetos foram apresentados à coordenação do curso e a representantes da superintendência de infraestrutura da universidade (UFCINFRA) promovendo debates acerca das soluções propostas pelos estudantes. Dessa forma, os alunos foram estimulados a pensar em soluções de engenharia pertinentes à situação enfrentada atualmente com a pandemia de Covid-19.

Apresentação no YouTube: https://youtu.be/kbejyYwEaXo

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Biografia do Autor

Joyce Lopes Rolim, Universidade Federal do Ceará

Graduanda em Engenharia civil pela Universidade Federal do Ceará.

Camily Vasconcelos Barbosa, Universidade Federal do Ceará

Graduanda em Engenharia civil pela Universidade Federal do Ceará.

Sabrina Rodrigues Gonçalves, Universidade Federal do Ceará

Graduanda em Engenharia civil pela Universidade Federal do Ceará.

Antonio Paulo de Hollanda Cavalcante, Universidade Federal do Ceará

Doutor em Arquitetura e Urbanismo pelo Programa de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo da Universidade de Brasília, PPG-FAU/UnB. Atualmente é professor adjunto 1 da Universidade Federal do Ceará, Campus do Pici.

Referências

MOREIRA, J. António; HENRIQUES, Susana; BARROS, Daniela Melaré Vieira. Transitando de um ensino remoto emergencial para uma educação digital em rede, em tempos de pandemia. Dialogia, p. 351-364, 2020.

COHEN, Simone Cynamon et al. Habitação saudável e biossegurança: estratégias de análise dos fatores de risco em ambientes construídos. Saúde em Debate, v. 43, p. 1194-1204, 2020.

BORGES, Tiago Silva; ALENCAR, Gidélia. Metodologias ativas na promoção da formação crítica do estudante: o uso das metodologias ativas como recurso didático na formação crítica do estudante do ensino superior. Cairu em revista, v. 3, n. 4, p. 119-143, 2014.

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Publicado

21/05/2021

Como Citar

ROLIM, J. . L.; BARBOSA, C. V.; GONÇALVES, S. R.; CAVALCANTE, A. P. de . H. A abordagem remota da disciplina de modelagem da informação e da construção:: a biossegurança em foco. In: ENCONTRO NACIONAL SOBRE O ENSINO DE BIM, 3., 2021. Anais [...]. Porto Alegre: ANTAC, 2021. p. 1. DOI: 10.46421/enebim.v3i00.670. Disponível em: https://eventos.antac.org.br/index.php/enebim/article/view/670. Acesso em: 18 maio. 2024.

Edição

Seção

Experiência de ensino-aprendizagem BIM realizadas

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