Maturidade BIM na Escola de Arquitetura e Urbanismo - UFF
DOI:
https://doi.org/10.46421/enebim.v5i00.3510Palabras clave:
Arquitetura, BIM, Ensino, Maturidade BIM, ProjetoResumen
A presente pesquisa apresentada é fruto do desenvolvimento da dissertação de Mestrado do autor, onde há a busca pela estudo e aprendizagem do Building Information Modeling (BIM) – nas suas mais diversas competências, campos de uso, adoção prática no ensino e desenvolvimento de pesquisas – para a proposição direta de um planejamento de inserção da metodologia dentro do curso de graduação de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal Fluminense (UFF); local de formação profissional do autor. Dentro do Programa de Pós-graduação em Arquitetura (PROARQ) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) é realizada a fundamentação para os estudos e análises propostas pelo Projeto do Mestrado, onde através das disciplinas ministradas dentro do programa é possível compreender as nuances pertinentes ao BIM, tais como: decretos federais de disseminação, normas técnicas, ecossistema de aplicativos e processos relacionados, entidades e associações correlacionadas ao BIM, tipologias de uso (HBIM, BIM 4D, BIM 5D etc.), as três dimensões do BIM adotadas por Bilal Succar, dentre outros.
Dado preliminarmente o entendimento desses aspectos, é abordado então a estratégia de Células BIM no desenvolvimento dos cursos aos quais se faz presente; avaliando objetivamente a questão de como seria a concepção de tal estratégia dentro da realidade da Escola de Arquitetura e Urbanismo (EAU) da UFF. Nesse contexto, vale ressaltar que a conceituação do que é a Célula BIM tem por definição da Associação Nacional de Tecnologia do Ambiente Construído (ANTAC) o entendimento de que são “grupos organizados de professores e alunos de uma instituição de ensino envolvidos na proposição e no desenvolvimento de um Plano de Implementação de BIM, em um ou mais cursos, com o intuito na realização de ações acadêmicas para transformação digital.” (ANTAC, 2023); sendo estas observadas como peças fundamentais para o desenvolvimento local de pesquisas destinadas à metodologia, a disseminação do conceito BIM, o apoio ao corpo docente e discente, e consequentemente a modernização do curso de graduação em que se faz presente. Entretanto, entendendo todo processo gradual até que se atinja o principal objetivo anteriormente evidenciado, se faz necessário primeiro constatar qual a condição presente do curso de Arquitetura e Urbanismo da UFF, se há iniciativas por conta do corpo docente ou do Projeto Pedagógico do Curso para a utilização do BIM dentro da grade curricular e nesse cenário como se apresenta a Maturidade BIM da instituição.
Conseguinte, parte-se então para a construção da realidade da EAU no entendimento BIM, onde há o embasamento através do trabalho de conclusão de curso do autor (2022), a dissertação de mestrado da Joana Queiroz (2020) e os relatos apresentados pelas precursoras das iniciativas BIM dentro do curso de graduação: Luciana Nemer, autora, e Isabela Bacellar. Através do estudo empregado na análise de avanços tecnológicos dentro dos cursos de Arquitetura e Urbanismo ofertados em todas as Instituições de Ensino Superior (IES) Públicas do Estado do Rio de Janeiro, é constatado que a EAU encontra-se em condição de maior deficiência quando comparada com as demais; fato que apesar de preocupante se mostra como uma oportunidade de um planejamento assertivo acerca da adoção de novas tecnologias (CANTREVA, 2022).
Em conjunto, é compreendido que dentro do corpo docente do curso de graduação ainda há uma resistência expressiva, uma vez que é entendido que a universidade não consegue acompanhar simultaneamente o avanço tecnológico que se mostra extremamente dinâmico na atualidade, a baixa valorização de metodologias digitais para a produção e entendimento da Arquitetura, a ideia de que a ferramenta digital é um fim e não um meio, além de carecer de hardwares e softwares que consigam atingir o desempenho vislumbrado nas novas abordagens digitais propostas (QUEIROZ, 2020).
A finalização da composição amostral recente da EAU se dá através do relato das primeiras tentativas experimentadas do BIM realizadas pelas professoras Luciana Nemer e Isabela Bacellar, onde ministraram respectivamente as disciplinas Expressão na Arquitetura e Gráfica Digital – essa sendo optativa – e Projeto de Arquitetura V (PAV) – sendo obrigatória. Na primeira, iniciada no ano de 2018 objetivava a introdução do discente no contexto BIM, dispondo de um conteúdo pragmático que o fazia compreender na prática a transição da produção 2D (AutoCAD) e 3D (SketchUp) isoladas para a prática integrada a disposta de todas as instâncias da edificação diretamente através de um software BIM, Revit. Apesar da grande repercussão positiva, a iniciativa se findou no ano de 2019 e compôs apenas três turmas durante o período em que foi ofertada. Entretanto, no mesmo ano se iniciou na disciplina dentro da grade curricular o incentivo e uso do BIM no conteúdo referente ao preparo do estudante para a concepção do Projeto Executivo, PAV. Esta se mantém em vigor até o presente momento e usufrui do potencial oferecido pela ferramenta durante todas as etapas compreendidas pelo projeto. Em ambos os casos, a resposta ao uso da ferramenta se demonstrou não apenas aceita, mas também abraça e constantemente utilizada pelos estudantes; tal fato se deu tanto pela pertinência do conhecimento adquirido quanto pelo dinamismo na didática na compreensão global do objeto arquitetônico.
A implementação do Revit na EAU tem mostrado, ainda de forma preliminar, que discussões sobre o tema continuam a aumentar de intensidade à medida que mais pesquisas reconhecem seu potencial de agregação de valor. Isso é verificado pela utilização nos projetos a nível de graduação e pelas pesquisas a nível de pós-graduação; entre dissertações de mestrado e teses de doutorado, verifica-se o surgimento do tema de forma acelerada, abraçando, cada vez mais, um número maior de apoiadores dedicados a explorar e definir os requisitos e resultados finais do BIM.
Diante de iniciativas isoladas e que demonstram resistência frente a cenário encontrado, o objetivo de compor um planejamento é de expandir a prática BIM para mais disciplinas, de modo que possam dialogar entre si, propor a metodologia colaborativa com premissa e consequentemente trazer ao curso a retomada ao ensino mais atualizado de Arquitetura e Urbanismo.
Descargas
Citas
ANTAC, Associação Nacional de Tecnologia do Ambiente Construído. Portal BIM Acadêmico, Célula BIM. Rio de Janeiro: ANTAC, 2023. Disponível em: https://sites.google.com/antac.org.br/portalbimacademico/in%C3%ADcio/c%C3%A9lulas-bim?authuser=0 . Acesso em: 13 ago. 2023.
BÖES, J. S.; BARROS NETO, J. de P.; LIMA, M. M. X. de. BIM maturity model for higher education institutions. Ambiente Construído, Porto Alegre, v. 21, n. 2, p. 131-150, abr./jun. 2021.
CANTREVA, Philipe Lopes. Ensino de Novas Tecnologias em Arquitetura e Urbanismo: uma Jornada pela Formação do Discente. M. Sc. PROARQ / UFRJ, Rio de Janeiro, RJ, Brasil, 2022.
QUEIROZ, Joana Costa de Miranda. Tecnologia da Projetação Arquitetônica: relação entre o Ensino e a Prática Profissional. M. Sc., PPGAU / UFF, Niterói, RJ, Brasil, 2020.
SUCCAR, Bilal. Building Information Modelling Maturity Matrix. Handbook of Research on Building Information Modeling and Construction Informatics: Concepts and Technologies. IGI, p.65-103, 2010.
Publicado
Cómo citar
Número
Sección
Licencia
Derechos de autor 2023 ENCONTRO NACIONAL SOBRE O ENSINO DE BIM
Esta obra está bajo una licencia internacional Creative Commons Atribución 4.0.
Adota-se Atribuição 4.0 Internacional (CC BY 4.0). Ver detalhamento em https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/deed.pt_BR