Aprendizados no ensino de BIM em uma universidade pública de interior

Autores/as

  • Leandro Tomaz Knopp Universidade Federal do Rio de Janeiro - Campus Macaé

Palabras clave:

Disciplina de graduação

Resumen

A evolução, relevância e adoção dos conceitos BIM na indústria AEC são notáveis há décadas, exigindo maior conhecimento e domínio pelos profissionais (EASTMAN et al, 2013). Entretanto, observa-se certa resistência por parte da academia. De acordo com o levantamento de Ruschel et al (2013) sobre o ensino de BIM em cursos de graduação, apenas cinco instituições foram consideradas como casos de sucesso: Universidade Federal de Alagoas, Centro Universitário Barão de Mauá, Universidade Presbiteriana Mackenzie, Universidade Federal de São Carlos, Universidade Estadual de Campinas. Os citados referem-se a capitais, regiões metropolitanas e interior de São Paulo, onde há abundância de investimentos públicos e privados e maior acesso à educação. Observa-se que o ensino de BIM é tímido mesmo em regiões mais desenvolvidas, e a tendência é que no interior o cenário seja mais deficiente. Em nível nacional não há correspondência à importância exigida ao BIM para acompanhar as demandas do mercado, gerando defasagem conceitual e tecnológica aos formandos. Este resumo relata a experiência no ensino de BIM em uma universidade pública de interior em condições desfavoráveis. O campus Macaé é uma iniciativa de interiorização da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Com estrutura integrada, não departamental e elevada autonomia administrativa e pedagógica, consolidou-se em 2011 no norte fluminense. A proposta enxuta do campus compartilhou o ciclo básico às três graduações em Engenharia: Produção, Civil e Mecânica. O curso de Engenharia Civil iniciou as atividades no mesmo ano. O currículo tem ênfase nas áreas de Saneamento, Transportes, Estruturas e, principalmente, Construção Civil com disciplinas de gestão: Desenho Técnico Aplicado, Engenharia Econômica, Edificações, Gestão de Projetos e Planejamento de Obras. Informações ou conhecimentos sobre BIM não eram contemplados, seja como disciplinas específicas ou como parte de outros conteúdos, deixando uma lacuna na formação dos alunos que adentraram o ciclo profissional a partir de 2013. Diante dessa defasagem foi exposta à coordenação a necessidade de abordar o tema e incluí-lo no currículo. A iniciativa representou uma conquista importante uma vez que, diante das dificuldades de uma universidade nova de interior, inseriu o curso de Macaé no ensino de BIM no Brasil. Em 2016 foi criada uma disciplina eletiva para o tema: Introdução ao BIM. O objetivo foi difundir o conhecimento, mesmo não incluído no currículo obrigatório, atingindo o aluno de forma direta. Posteriormente, com a absorção do conceito por docentes e discentes, a proposta seria permear o tema pelas demais disciplinas. O ensino seria indireto e o aprendizado ocorreria de forma paulatina, mas verificou-se a complexidade e dificuldade desta proposta. Depois de dois anos, o ensino do BIM continua com a disciplina original, seguindo as diretrizes iniciais com algumas evoluções. A proposta pedagógica constitui-se no aprendizado através da prática em um software específico, pela elaboração do projeto completo de uma edificação de no mínimo dois pavimentos. Metodologia que permite a modelagem e documentação como produtos finais. Essa dinâmica possibilita o intercâmbio de conceitos fundamentais como colaboração, coordenação e interoperabilidade. A falta de estrutura exigiu o uso de notebooks pessoais pelos alunos em sala de aula. No início mostrou-se uma solução inadequada, mas depois viável, pois os alunos têm maior liberdade em gerenciar seus projetos, além de reduzir a necessidade de compra de licenças de softwares pela universidade. Por outro lado, corrobora com a falta de compromisso em exigir estrutura adequada para as aulas, requisitos mínimos ao ensino superior. Depois de três turmas a disciplina já formou mais de 50 alunos, um número considerável apesar da falta de obrigatoriedade e baixo índice de formandos na graduação. Isto aponta para a necessidade de evolução do ensino do BIM para novas disciplinas ou metodologias em Macaé.

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Publicado

2018-09-17

Cómo citar

KNOPP, Leandro Tomaz. Aprendizados no ensino de BIM em uma universidade pública de interior. In: ENCONTRO NACIONAL SOBRE O ENSINO DE BIM, 1., 2018. Anais [...]. Porto Alegre: ANTAC, 2018. p. 1–1. Disponível em: https://eventos.antac.org.br/index.php/enebim/article/view/110. Acesso em: 22 nov. 2024.

Número

Sección

Experiência didática realizada

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