Implantação de educação BIM: a experiência Firjan SENAI/RJ

Abstract

A adoção da Plataforma BIM (Building Information Modeling) trouxe uma série de oportunidades para a cadeia produtiva de construção Civil. A possibilidade de digitalizar e parametrizar a construção traz consigo novos desafios, dentre os quais atender a crescente demanda de qualificação de mão de obra do setor e acompanhar as tendências tecnológicas do mercado (FIRJAN, 2013). A partir de estudo prospectivo iniciado em 2012 e ampla pesquisa junto a cadeia produtiva da indústria da construção, a Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan) delineou o seu posicionamento estratégico de apoio ao desenvolvimento do setor, tendo o BIM ou Modelagem da Informação da Construção, como um dos seus focos de atuação (FIRJAN, 2014). Para isso, no fim de 2015 inaugurou dois laboratórios, ambos com tecnologia BIM embarcada no intuito de ampliar o nível de integração da formação acadêmica e atingir o objetivo de proporcionar qualificação profissional e executiva de forma complementar. Um laboratório fixo e uma escola móvel, também chamada de BIM Truck, equipados com vinte e quatorze computadores respectivamente, que juntos são capazes de atender tanto as demandas da capital como as do interior do estado Rio de Janeiro. Para operação destes espaços foi adotado um plano de educação BIM composto de portfólio simplificado e dividido em duas fases de implantação. A primeira fase teve seu início em 2015 com a inauguração dos laboratórios BIM. Nela foram utilizadas soluções Autodesk, com ênfase no software Revit sendo o maior diferencial os cursos contemplarem o processo de projeto em seu conteúdo e apresentarem uma visão sistêmica dos conceitos BIM, além de serem ministrados por arquitetos com experiência em escritório de projetos e obras. As turmas foram mistas tendo como pré-requisito a exigência de os inscritos serem estudantes ou profissionais de engenharia civil e arquitetura, projetistas e técnicos de edificações. A avaliação da aprendizagem ocorreu durante todo o processo sendo diagnóstica, contínua e com prevalência dos aspectos qualitativos sobre os quantitativos, possibilitando o acompanhamento do desenvolvimento do aluno pelo instrutor. Os cursos foram desenvolvidos por meio de aulas expositivas, dialogadas e totalmente práticas em ambiente de laboratório BIM, visando trabalhar o processo de projeto. Do ponto de vista de capacidades, os produtos desenvolvem as competências básicas (SUCCAR, 2012). Ao longo deste período foram treinados cerca de duzentos alunos, na capital e em diversos municípios do interior estado do Rio de Janeiro, com apoio do BIM Truck, que percorreu os municípios de Volta Redonda, Três Rios, Petrópolis, Cabo Frio, Campos dos Goytacazes, Itaperuna e Nova Friburgo. Em 2018 a Firjan está em processo de ampliação de seu plano de educação BIM para iniciar a segunda fase de implantação em 2019. Com os resultados obtidos até aqui a instituição pretende aumentar sua atuação de modo a explorar mais possibilidades oferecidas pela plataforma BIM, chegando pelo menos até as competências intermediárias (SUCCAR, 2012) e no estágio de colaboração (SUCCAR, 2008). Entende-se que com isso poderá contribuir para a organização dos processos com consequente melhora na capacitação de mão de obra em todos os níveis atingindo o objetivo inicial de ser provedora de soluções e capacitações BIM (FIRJAN, 2014). Por fim, estas estratégias estão em consonância com a inauguração ocorrida em agosto de 2018 de mais um ambiente de aprendizagem BIM em Botafogo, na Casa Firjan e do Retrofit da escola SENAI Tijuca de Construção Civil com início de operação prevista para o segundo semestre de 2019 e cujo foco está no desenvolvimento de competências relacionadas à digitalização da construção associada a métodos modernos de construção.